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Aulas de Yoga

Síntese de trabalhos de Aurobindo, Sivananda, Ramana Maharish, Sri Swami Satchidananda, etc. O Yoga integral combina varios métodos de yoga; incluindo hatha yoga, serviço (karma yoga), meditação, e o estudo da milenária filosofia do yoga para desenvolver a cada aspecto do individuo: físico, emocional, intelectual, e espiritual.

Saiba que não somos todos iguais e só precisamos de equilíbrio através da habilidade para determinar os desequilíbrios relativos aos humores biológicos.

Yoga é importante, natural e preventivo para assegurar uma boa saúde. Na Índia em muitas escolas, é tradicional estudar Ayurveda antes de iniciar a prática de Yoga, porque o Ayurveda é a ciência do corpo, e só quando o corpo está preparado, se considera o individuo apto para estudar a ciência do Yoga. No Yoga aprende a regular naturalmente o sistema nervoso, compreensão da disciplina, purificação, posturas (exercícios psicofísicos), concentração, contemplação, despertar a consciência e o estado de perfeito equilíbrio.

A prática do Yoga Integral

 

Para as pessoas de Dosha Pitta, a realização das posturas deve ser utilizada como uma oportunidade para exercitar o desapego em relação à necessidade de controlar os resultados sobre as experiências (vairagya), permitindo e confiando que a natureza exercerá essa função. Quando conseguem se desvincular dessa sobrecarga de responsabilidades e relaxar, ficam mais livres para explorar outras formas de satisfação, tornando a prática menos tensa. 

O esforço deve ser controlado para que não desequilibre aumentando o "fogo" e expondo o corpo a inflamações. 

 

Enquanto o ego insiste na criação de metas elevadas de conquistas, o órgão de discernimento (buddhi) sugere o exercício da aceitação e do contentamento (santosha) durante a prática, como formas de refrescar a energia da mente obstinada de pitta, tornando-a mais receptiva.   

 

Essa intenção de refrescar pode ser trabalhada na respiração, quando realizada de forma tranquila e profunda, exalando pela boca quando há muito desconforto no corpo devido ao excesso de calor. 

 

As posturas que requerem um maior emprego da força oferecem uma boa oportunidade para aprender a realizá-las sem o uso da agressividade, exercitando o princípio básico da não violência (ahimsa), essencial ao equilíbrio e desenvolvimento do propósito da prática. Esta deve ser encarada em seu aspecto mais sagrado, um momento de reencontro do praticante com a sua verdadeira natureza (svarupa), transformando seu corpo num templo de prece.

Dosha Vata

 

Pessoas predominantemente aéreas e etéreas (ar  e éter).  Tendem a expressar leveza na forma do corpo e nos movimentos. Andam, falam e pensam com agilidade. 

 

O movimento é inerente à sua natureza, que se manifesta principalmente no plano das ideias. A Natureza encontra um espaço amplo, aberto e fértil para lançar suas sementes de criação junto à mente perspicaz das pessoas com a predominação de ar com éter. 

 

É preciso manter o ar circulando com regularidade e direccionamento para que essa criatividade peculiar de vata não seja exaurida, nem perca a fluidez e circulação, fazendo com que a pessoa encontre estímulo e bom aproveitamento no trabalho e nos relacionamentos. 

 

Expansividade e volatilidade são tendências naturais de ar, que em excesso na constituição psicofísica das pessoas as torna mais susceptíveis à excitação e susceptibilidade. 

 

Qualquer mudança, seja na rotina (festividades, omitir refeições, não dormir, viagens, falecimentos de pessoas próximas, etc), no trabalho ou mesmo nas estações do ano podem comprometer o equilíbrio de vata.   

Dessa forma, uma rotina bem organizada, com hábitos regulares e saudáveis, deve ser priorizada. 

 

Uma boa dieta de tratamento, e o afastamento temporário de locais com poluição sonora, falatório, Internet, telefonemas, e encontros e conversas fúteis já é um óptimo começo de tratamento para aqueles que apresentam sintomas de desequilíbrio neste dosha.  

 

Alguns desses sintomas são: dificuldade em dormir, relaxar, concentrar-se, concluir raciocínios e actividades; energia e pensamentos dispersos em vários focos (falta de direccionamento e continuidade); incapacidade de estar só; necessidade de movimentação constante; impaciência, ansiedade e preocupações desmedidas; impulsividade; compulsões (comida, álcool, vícios e manias em geral); tendência a excessos (falar, comprar, pensar); olhar agitado e disperso; apetite irregular, inapetência; fadiga, fraqueza, cansaço; sintomas físicos como: prisão de ventre, gases, cólicas, resecamento (pele, cabelo, nariz, lábios, articulações, etc), hipertensão, irregularidade dos batimentos cardíacos (incoerência cardíaca), espasmos musculares, desmaios, tremores (desequilíbrios em geral do sistema nervoso), perda de peso, dores de cabeça, fortes sintomas e desequilíbrios pré-menstruais. 

 

Para conter esse desajuste de ar no corpo, é preciso um esforço para não coadunar com essa tendência à agitação. 

 

A atenção é essencial para identificar os momentos nos quais esses estados de agitação se manifestam, sejam nas acções externas (andar, falar, comer), internas (aceleração dos batimentos cardíacos, respiração curta) ou em formas mais subtis como ansiedade e excesso de actividade mental. 

 

A meditação é uma actividade necessária para todo ser humano, independente de sua constituição. Mas no caso de vata, é uma necessidade básica tal qual como alimentar-se. 

 

Desenvolver a capacidade de contemplar mais e fazer menos no dia-a-dia, e quando houver a necessidade de fazer, concentrar-se mais em cada acção. 

 

As pessoas de vata devem buscar satisfazer-se mais com o agora, vivenciando todas as sensações que ele proporciona, sejam elas agradáveis ou não. Direcionar sua criatividade peculiar para explorar as infinitas possibilidades de aprendizado que existem em cada momento.

 

A cada respiração a Criação se manifesta. Aprender a perceber a respiração. Acalmá-la... Aprofundá-la... E assim controlar mais os impulsos dos pensamentos, das emoções e das acções, tornando-as mais conscientes.

 

Tentar envolver-se por inteiro em cada etapa da actividade que estiver exercendo (seja um banho, cozinhar ou escrever um livro), evitando identificar-se com pensamentos não produtivos para o desenvolvimento, tais como: não consigo; depois eu termino; tenho que acabar rápido; não vai dar tempo; acho que não foi boa ideia; desisto; não devia ter vindo, etc.

 

Não permitir que as dificuldades materiais e limitações pessoais sejam empecilhos para seguir em frente. Encará-las como obstáculos que servem como "degraus" para o crescimento, que é o verdadeiro propósito da vida. 

 

E então, chegar ao fim! Concluir o que se começou, desvinculando-se da ideia de sucesso ou fracasso relacionada à aceitação das pessoas. Conseguir terminar já é uma vitória e o aprendizado durante o processo é o sucesso em si. 

 

Só há um motivo que justifique interromper a concretização de uma ideia: se ela não for boa para os outros ou para si mesmo. Uma conclusão que só pode ser obtida através do discernimento, sem o qual não é possível avaliar nada com veracidade, uma vez que o motivo pode se tratar de mero disfarce criado para encobrir o desânimo, insegurança ou medo de não conseguir.   

 

Dosha Vata na prática do Yoga

 

A agitação de vata será também uma tendência ao se observar no decorrer da prática.  ímpeto de falar durante a aula com as pessoas; incapacidade de permanência nas posturas, respiração rápida e curta; dificuldade de alcançar introspecção ou obter concentração e relaxamento; propensão de se movimentar no yoganidra; explosões e quedas abruptas de energia e falta de resistência física são algumas características comuns manifestadas pelos praticantes com desequilíbrio neste dosha.

 

O centramento (terra), a fluidez (água) e o vigor (fogo) são aspectos que devem ser enfatizados durante a prática e podem também ser trabalhados durante a respiração.

 

A respiração é um elo que conecta a mente ao corpo e influencia directamente nossos estados psíquicos (pensamentos e emoções). O controle do seu fluxo permite a concentração da mente e facilita a permanência no presente, ajudando a organizar melhor os nossos conteúdos internos.  

 

Para as pessoas de vata, o ritmo da respiração tende a acelerar repentinamente, portanto é necessária uma grande atenção para perceber os momentos nos quais esse condicionamento se manifesta a fim de evitá-lo, esforçando-se para conduzir um ritmo mais lento durante toda a prática, mantendo inalações e exalações mais longas e profundas.

Além disso, o aquecimento do corpo frio de vata pode ser induzido através da realização de uma respiração vigorosa, mais quente e contínua, como o ujjayi.

 

No plano denso da natureza, combinação de fogo e ar pode ser explosiva, por se tratar de uma relação de adição e estímulos mútuos. As moléculas presentes no ar se agitam quando ele é aquecido, expandindo-o ainda mais. O oxigénio presente no ar alimenta o fogo. 

 

Para conter uma expansão abrupta e irregular de ar no organismo e psiquismo é necessário que a fluidez inerente ao elemento água esteja presente durante toda a prática, na respiração e nos movimentos. O praticante vata deve procurar manter um ritmo único, uniforme, conectando uma técnica à outra de forma harmónica, como num arranjo musical. 

 

A presença das propriedades da água ajudam a evitar as possíveis faíscas que podem surgir nesse intenso relacionamento do ar com o fogo. Manter a chama acesa, porém sempre controlada, é a atitude ideal para evitar incêndios. 

O praticante deve preservar sua energia, evitando abusos e direcionando-a de forma inteligente para que consiga sustentá-la durante toda a prática. Para isso, é preciso que contenha sua excitação e não se exceda na realização do asana. 

 

O esforço deve ser moderado, contínuo e suave, mesmo porque os praticantes de vata possuem uma tendência a machucarem-se com mais facilidade devido à certa fragilidade em sua estrutura óssea, bem como à ausência de uma musculatura forte para sustentá-la. 

 

As articulações desse tipo constitutivo requerem atenção especial durante a prática, priorizando-se movimentos que estimulem a sua lubrificação (produção de líquido sinovial) e asanas que fortaleçam a musculatura que as envolvem. 

 

Devido à carência de água no corpo, comum nas pessoas com desequilíbrio neste dosha, pode haver ressecamento e rigidez nas articulações, restringindo a mobilidade. Portanto é aconselhável que o alongamento seja trabalhado com cuidado e precedido de movimentos que aqueça e humidifique as articulações. 

 

A volatilidade excessiva deste dosha pode ser controlada durante as posturas realizadas com os pés no chão, enfatizando-se o enraizamento e concentrando-se na actuação da força da gravidade e no direcionamento do fluxo de apana vayu para baixo; na firmeza das pernas e na contracção da região do assoalho pélvico, que apesar de elevar a energia, cria uma estruturação e firmeza muscular auxiliando na estabilização do corpo na postura.

 

O Yoga actua como uma bússola para o praticante de ar, auxiliando-o a se orientar, organizar sua intimidade, coordenar melhor suas ações e estabelecer um ritmo adequado e disciplinado para se expressar na vida.

Dosha Kapha

 

A receptividade e estrutura da terra. A fluidez e aderência da água. Aspectos que transmitem a este dosha uma expressão mais feminina, maternal, que se manifesta na sensibilidade e doçura com que geralmente percebem e interagem com o mundo. 

Devido à sua natureza mais introspectiva, não costumam ser os mais populares da turma. Sua intimidade costuma ser compartilhada em restritas relações, às quais costuma devotar-se com intensa lealdade.

 

Costumam pensar com o coração: interpretar os fatos, definir suas escolhas e conduzir suas acções baseando-se em suas emoções e sentimentos. 

 

Para estas pessoas, sentir a vida é mais fácil do que racionalizá-la. Por comodismo, podem se deixar levar pelas conveniências, conformando-se ao status que, corroborando ainda mais com uma tendência à inércia e à passividade, que muitas vezes é confundida com calma e pacifismo.  

 

A pessoa de constituição kapha, costuma reter mais as impressões (samskaras) que as de outros doshas. A identificação com essas impressões é tanta, que se desenvencilhar delas seria como amputar uma perna, ou retirar sua segurança.  O apego a essa falsa estabilidade faz com que as pessoas de kapha se encarcerem em uma represa de emoções, impedindo o rio de percorrer seu caminho em direcção ao mar.

 

A carência de fogo (agni e tejas) no complexo corpo-mente prejudica a digestão do alimento físico, mental e emocional, contribuindo ainda mais para esse acúmulo de impressões que uma vez retidas, contribuem na formação de couraças musculares e no desenvolvimento de depressão, letargia, (física e intelectual), mágoa, isolamento (insegurança), problemas respiratórios (congestões, resfriados, asma), acúmulo de líquidos e gordura (obesidade), diabetes, tumores, dentre outros.

 

Neste dosha, a estimulação do fogo é muito necessária para ajudar a combater a inércia e o desânimo, e dessa forma auxiliar na conquista de seu espaço no mundo, desenvolvendo suas potencialidades, notadamente a brandura e a compaixão. 

 

Por outro lado as qualidades de firmeza e estabilidade inerentes a este dosha, podem gerar apego a formas específicas de pensar, construindo estruturas mentais e emocionais arraigadas que acabam por distanciar as pessoas de kapha do meio que as cerca, dando-lhes uma falsa sensação de proteção e segurança, que podem se transformar em isolamento e misantropia. 

 

Há alguns outros fatores que influenciam na desarmonia de kapha, como: clima frio e chuvoso, alimentação inadequada (excesso de frituras, açúcar e sal), obesidade, predisposição genética (diabetes, alergia, tendência a engordar), dormir demais, falta de estímulos mentais e de atividade física.

 

O movimento é inerente à vida, portanto é necessário que deixem o rio correr, desenvolvendo a percepção de quais são os momentos em que interrompem esse fluxo, a fim de obter equilíbrio físico e mental.  

 

Buscar novos estímulos, propor-se desafios, desenvolver projectos, praticar exercícios físicos, valorizar o esforço, são formas de estimular o fogo interno em vários níveis e activar a digestão, o metabolismo e o discernimento, aspectos essenciais à desobstrução da energia e ao processo de auto-conhecimento. 

 

Dosha Kapha na prática do Yoga

 

Os praticantes do dosha kapha devem pensar na prática como uma oportunidade de verificar e testar seus limites físicos, mentais e emocionais. Uma maneira de exercitar o entusiasmo durante todo o processo, que pode ser explorado através da respiração forte e profunda, podendo até ser mais rápida quando necessário.

Alguns pranayamas indicados são o bhastrika e o kapalabhati, ambos activadores do fogo digestivo (jataragni). 

 

Os movimentos devem ser realizados priorizando fluidez, leveza e certa agilidade, permitindo que essas características influenciem a psique, movimentando a energia de kapha. 

 

As pessoas com desequilíbrio neste dosha tendem à preguiça e à inércia, portanto devem estimular a determinação durante a permanência nas posturas. 

 

Tapas, que é o ardor gerado pelo esforço empreendido, deve ser constantemente buscado por kapha, seja no plano físico, ou na intenção de ter determinação. Algumas posturas trazem mais ênfase a esse trabalho de força, como virabhadrasana, utkatasana, utiplutihi (tolasana), devyasana, mayurasana, shalabhasana, navasana, entre outras.

PRÁNÁYÁMA (EXERCÍCIOS RESPIRATÓRIOS) PARA CADA DOSHA

Absorve a energia vital, através de profundos conhecimentos, oxigenação, circulação e governa as funções motoras e sensoriais. O lugar da energia vital (prana para o termo sânscrito) é a cabeça, que governa as mais elevadas actividades cerebrais. As funções da mente: memória, pensamento e emoções.

Nas grávidas, durante o oitavo mês de gravidez a energia essencial (ojas) viaja o corpo da mãe até ao feto. Se o nascimento ocorre prematuramente, antes da transferência de energia essencial, o bebé terá dificuldade para sobreviver. Neste fenómeno demonstra a importância da energia essencial no mantimento das funções vitais. É importante fazer Yoga específico e evitar a poluição.

Pranayama para o Dosha Vata: Nadi Shodhana

Vata predomina o ar e éter, vento e espaço. Suas principais qualidades são secas, frias, leves, ásperas e móveis. Uma das grandes técnicas para equilibrar e harmonizar vata é a respiração narina alternada, conhecida como  Nadi Shodhana, que é muito rítmica,e calmante. Nadi Shodhana é excelente para não somente liberar a tensão física, mas também para suportar uma mente desobstruída, tranquilidade realçada, e redução do stress. Deve ser feito diariamente por 5 a 10 minutos, ou a qualquer momento que esteja se sentindo ansioso, nervoso, stressado ou esgotado.

Pranayama para o Dosha Pitta: Sitali Breath

Pitta predomina o fogo e água. Suas principais qualidades são quentes, oleosas, leves e nítidas. Quem é do dosha pitta piora com qualquer respiratório quente, pitta precisa de arrefecimento, caso contrário ele inflama. Arrefecimento da respiração Sitali  tem as qualidades opostas, de modo que arrefece e acalma o excesso Pitta. Sitali Breath é melhor para a temporada de verão de pitta ou a qualquer momento você está se sentindo irritado, frustrado, ou percebendo um pouco de indigestão ácida.

Pranayama para Kapha: Bhastrika (Respiração de fole)

Kapha predomina a água e terra. Suas principais qualidades são pesadas, pegajosas, frescas e oleosas. Bhastrika (sopro de fole) tem as qualidades opostas, para estimular, aquecer e elevar o excesso de kapha. Bhastrika ajuda a aumentar o gracioso fluxo de prana através dos canais de energia do corpo (nadis). Ele também ajuda a remover o excesso de congestionamento nos pulmões e iluminar a mente. Bhastrika é melhor durante a primavera, ou a qualquer momento se sentir-se lento, letárgico, ligeiramente congestionado, ou desmotivado.

Esta técnica de respiração é feita com o estômago vazio. Deve-se evitar Bhastrika durante a gravidez.​

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